quinta-feira, 4 de junho de 2015

Mar de monstros


A vida é um livro, minha meta é escrever. Eu sou um poeta gótico sem luz. Eu sou uma figura sombria em um espaço dinâmico. Mas eu estou parado, não me movo, não vejo, não quero ver. Eu sou um corvo cego voando durante o dia, perdido na neblina, molhado da chuva. Sou um semblante em meio a milhares de sorrisos tristes.

Atravessar o mundo pra que? Virarei de vez este barco e deixarei as sereias me carregarem. A fantasia é minha melhor amiga neste mar de loucuras e devaneios. Vou brincar um pouco com esta adaga que guardei na cintura. Que tal um corte para o sangue descer e lavar meus pecados? Vamos levar este desejo para o nível da garganta. Um suicídio é uma preocupação desfavorecida. Grande filósofo seria aquele que o encarasse como uma melodia.


Ondas vão e vem e meu coração não se ajeita para sentir seu ritmo. É quase uma dor insuportável olhar para o sol e encarar sua luz, seu fogo. O que tenho aqui comigo é uma esfera tenebrosa e negra. Se ela explodir, o mundo inteiro saberá. Não há um ser sequer no esplendor da glória. Todos os espíritos apontam uma pirâmide ao avesso. Por que? Sério, por que?

O que é um sigma? Jogue um pouco seus pesadelos para trás. O mundo surreal é muito mais completo, mas você não entende. Nem adianta reclamar, nenhum de nós entende o mundo real, por que? Seja louco, seja normal, não existe um grande separador de águas entre dois pólos. O vento sopra em direção a cachoeira esmagadora. Estarei em meio as primeiras enxurradas que descerão. Vagando como um grande aventureiro. Serei só eu junto com minha amortecida consciência. Morte para que um dia acabados estejam os impetuosos.

Noctur Spectrus

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