Em consequência do incêndio mental que destruiu meu ego, declaro-me vencido, derrotado. Eu estou agora no mais sujo chão, em sofrimento e em dor. Roubaram minha imaginação, retiraram minha criatividade. Meus braços estão feridos, cortados, derramando sangue. Olho para minhas mãos e tento fazer uma leitura fiel do meu destino inegável.
Não há nem mais linhas vulneráveis que possam me trazer uma mensagem. Eu esqueci no passado armas infalíveis para derrotar meus inimigos. O quanto eu sofro agora é consequência de um erro terrível. Eu sou um enigmático sem noção da própria dívida que criei com meu egoísmo grotesco. Que triste saber que eu traí minha própria confiança.
O inferno supostamente é a linha final da minha penumbra. Agarrei com força meu orgulho e não me permitirei perdê-lo. Nenhum ser imundo vai julgar meus pensamentos e apontar para onde deverei caminhar. Posso estar caído, mas ninguém pisará em cima de mim. Avareza, discórdia, eu sou o tenebroso insano cheio de espinhos. Nenhuma flor há de encostar em mim assim como nenhum animal. Não sou palco de olhares ridículos, não serei artista de uma obra de arte mal feita.
Noctur Spectrus
Você escreve bem. És um ótimo escritor. Um pouco triste, não sei bem identificar, mas muito criativo. Parabéns.
ResponderExcluirObrigado! Sinta-se a vontade para ler mais textos. Sim, geralmente meus textos são surrealistas e melancólicos.
Excluir