segunda-feira, 8 de junho de 2015

Amor não correspondido


Uma paixão reprimida. Um amor nunca retribuído, nunca correspondido. Uma dor no peito, a solidão, o afastamento. A sombria voz do fracasso. A timidez que um dia trouxera a perca. E ela se foi... de mãos dadas com outro cavalheiro. Virou as costas sem saber que alguém mais a amava. O véu escondeu seu rosto e o sofredor não teve nem o direito de assistir sua cerimônia.

Sem forças e abatido, precisava partir e tomar outro rumo. O amor o decepcionara, fez ele sentir com todas as forças a rejeição sentimental. O amor é isso, uma doença que causa euforia, mas depois destrói aos poucos o coração. A paixão é uma ilusão, uma técnica de manipulação para os desejos insensatos. Não existem flores nem chocolates. Não existem sorrisos para aquele que não teve de volta o amor concedido.


Em pouco tempo seria esquecido, pois o amor também cega. Sua amada ficaria cega por outros beijos. Aos poucos ele sumiria até mesmo de sua visão periférica. Os dois talvez se encontrariam num futuro distante, mas apenas como amigos, como sempre foram. Nunca seus lábios se tocaram, nunca seus olhares foram trocados profundamente. E todas as chances sumiram.

Olharia para o passado e se arrependeria. Se arrependeria fortemente de tê-la observado, compreendido, ajudado, levantado, mas nunca tentado conquistar o seu coração. Se arrependeria de nunca ter lhe paquerado de verdade. Ficaria louco por nunca ter pedido ela em namoro. Agora, já tarde demais, a única coisa que restava eram as lamentações e o silêncio. Até tudo ser esquecido ou surgir uma nova ilusão, uma nova paixão, um novo sentimento.

Noctur Spectrus

Nenhum comentário:

Postar um comentário