domingo, 14 de junho de 2015

Deserto das almas


Esperando o tempo passar para reclamar ao alto minha tragédia. A vida, um sufoco no nada, um suspiro na água, uma dor sem palavras. A intensa viagem nos caminhos da alma. Um caminho trilhado em meio a tantas frases questionáveis. Estou aqui, apenas esperando como sempre estive, uma esperança qualquer que possa surgir no meio deste deserto.

Estou, antes de mais nada, sem emoções e sem desejo. Apenas jogo ao esmo os restos de minha inspiração. As vezes me sinto um arqueiro aqui neste deserto, atirando flechas em qualquer direção para que elas caiam nesta areia quente e torturante. O calor, a respiração ofegante, um prisma na minha mente que divide a luz do sol em milhares.

Eu vejo um oásis, com grama e animais bebendo sua água. Parece um paraíso, se eu já não tivesse lido inúmeras vezes sobre essas miragens. Apesar do ceticismo que acompanha minha razão, nunca me custou nada saber se tudo é simples imaginação. Tudo o que vejo, tudo o que sonho durante as noites mais interessantes indica que a fantasia é mais divertida que a realidade. Tudo parece mais belo, ao mesmo tempo em que tudo pode parecer mais terrível. O bem estar da mente define o bem estar do espírito.

Noctur Spectrus

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