sexta-feira, 7 de agosto de 2015

Voar ou não voar

Não há espaço para o desespero, quando o coração encara o medo
Não há temores escondidos, a infância não foi perdida
E nada haverá de intermediário, entre a cura e a ferida
Nada entre o nada no vazio e no vácuo, os sonhos não se acabaram
Um suspiro é o suficiente para se erguer e seguir em frente
Sempre com consciência, ética e controle da mente


Era meio tarde para estar pensando asneiras sobre o passado. O futuro parecia mais brilhante embora não tão real. Eu estava preso no paradigma imortal da imaginação, podia olhar para as paisagens e ver meu próprio ser se misturando com as árvores. Eu estava um pouco cansado pelo dia terrível, mas também um pouco animado, aprimorado e sensível. Tosco era acreditar que talvez, dali não sairiam tantas coisas novas...

Original, vasculhando o interior dos meus pensamentos, indo ao encontro com meu próprio Eu. Estava eu ali deitado na minha cama observando o teto sem qualquer coisa interessante flutuando na mente. Logo a noite chegaria e traria algo para mim. Um aperto no peito, uma confusão na alma, uma luz branca como um orb, passou diante dos meus olhos. Não me importei, chega de ilusões, eu queria acreditar em algo de verdade.

Não podia esperar de mim mesmo a sorte, pois ela é aleatória. Eu sou dinâmico, flexível, mas não arrisco tudo por uma opção incerta. Na verdade, outras vezes já fiz isso. O arrependimento nunca me foi um problema contínuo. Para um andarilho dos próprios pensamentos, o único arrependimento é a idade e o tempo. Não posso pará-los, retrocedê-los ou controlá-los completamente. Isso não faz de mim um fracasso, mas as vezes me deixa intrigado. É hora de sair, ver o mundo de fora e deixar um pouco de lado o de dentro.

Noctur Spectrus

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