sábado, 8 de agosto de 2015
Menina diabólica
Ela era uma criança revoltada contra os próprios pais. Mas não conseguia viver sem eles. Ela buscava renovar seu estoque secreto de cabeças humanas, as quais nunca conseguiu se desapegar. Tinha sete anos, mas já havia matado mais pessoas do que se pode contar com os dedos. Ninguém desconfiava, ninguém sabia, somente ela e o demônio com o qual conversava todas as noites antes de dormir.
Ela tinha medo de Deus e amor pelo diabo. Ela sonhava todas as noites que estava sendo possuída e gostava. Ela queria entregar seu corpo para que os demônios fizessem desgraças por meio dela. Ela era adoradora de Satã mas ninguém imaginava. Ela tentava esconder seus comportamentos grosseiros e seus desejos maléficos na frente dos familiares, mas o tempo todo planejava a morte deles.
Ela queria morrer antes de completar dez anos, planejava várias formas de suicídio. Ela se cortava em várias partes do corpo e dizia para os pais que eram apenas arranhões feitos pelo gato ou feridas ocasionadas por espinhos de plantas no quintal de casa. Ela planejava matar todo mundo antes de ir para o inferno. Ela queria carregar pelo menos a sua própria família e os colegas da escola.
Ela tinha muita vontade de fazer sexo, mesmo sendo uma criança. Ela queria estuprar seus coleguinhas e enfiar uma faca nos seus estômagos. Ela era diabólica, brincava de evocar espíritos as três horas da manhã. Ela enfeitiçava suas bonecas com magia negra. Ela mordia o dedo até sangrar para oferecer aos seres das trevas o sangue em troca de ataques espirituais. Ela condenava e amaldiçoava os vizinhos e desejava que eles morressem. No natal ela blasfemava contra Cristo sem ninguém perceber.
Ela ensinava aos mais próximos que Satã era o governante do mundo. Ela queria que todos o adorassem. Ela queria ter o prazer de beber sangue de pessoas recentemente mortas. Ela queria beber vinho no cemitério e desenterrar cadáveres. Ela queria poder se embriagar como os adultos faziam. Ela queria amarrar fogos de artifícios em cachorros e fazê-los sofrer. Ela queria matar passarinhos para não deixá-los animarem mais ninguém.
Ela forçava o próprio vômito só como passatempo. Ela jogava dados sem parar como se fosse o seu maior vício. Ela implorava para que o mal dominasse o mundo. Ela era, sem dúvida a mais cruel criança. Não demonstrava medo diante de nada, não piscava os olhos quando alguém fingia que iria lhe bater. Não se importava com altura e odiava assistir filmes de terror, não achava graça. Ela queria provocar o terror, tinha orgulho de gente maligna. Ela sempre torcia para os vilões. Ela era... a criança diabólica mais terrível que se pudesse imaginar, mas ninguém chegava nem perto de imaginar o que ela seria capaz de fazer...
Noctur Spectrus
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